Corpo de bombeiros Militar do estado do Rio de Janeiro

Corpo de Bombeiros RJ forma a primeira turma do curso de Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio

Técnicas específicas devem ser aplicadas para ajudar a aproximação e o diálogo com a vítima

 

 O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) realizou, no dia 24 de maio, no auditório do Complexo de Ensino e Instrução Coronel Sarmento, em Guadalupe, a formatura da primeira turma do Curso de Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio. O Estado é o terceiro do país a realizar o treinamento, que já acontece nas corporações de São Paulo e no Espírito Santo.

– No Brasil, a cada 46 minutos uma pessoa tira a própria vida, sendo, a maioria (79%) jovens negros do sexo masculino, com idade entre 10 e 29 anos, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2019 – explicou o coronel Saldanha, diretor de instrução do CBMERJ.

Só no Estado do Rio de Janeiro, nos quatro primeiros meses deste ano, foram 431 mortes ligadas a suicídio. No mesmo período do ano passado, foram 443. Diante dos números tão expressivos, a corporação tomou a iniciativa de investir em uma formação consistente de seus militares a fim de prepará-los para atender esse tipo de situação extremamente complexa e que demanda habilidades específicas.

– Como se não bastassem os dados, estamos vendo esse contingente aumentar e um número crescente de pessoas tentando tirar a própria vida durante o período de isolamento provocado pela pandemia. Estudos recentes mostram um aumento de angústia, ansiedade e depressão, especialmente entre os profissionais de Saúde. Por isso, nesse momento, é muito importante investir na formação desses militares para que eles estejam preparados tecnicamente para lidar com essas ocorrências – afirmou o diretor.

No curso, os militares aprenderam técnicas e abordagens para atuar no atendimento a tentativas de suicídio que podem acontecer de diversas maneiras: por meio do uso de armas de fogo, ameaças de se jogar de viadutos, entre outras situações.

– São ocorrências completamente distintas das que os bombeiros militares costumam se relacionar no seu dia a dia, já que nesse caso, a pessoa não quer ser salva e, por isso, técnicas específicas têm que ser aplicadas para ajudar a aproximação e o diálogo com a pessoa. É importante, por exemplo, desligar sirenes, escolher apenas um interlocutor que se expresse sempre pausadamente com a vítima, chamando-a pelo nome, além de nunca deixá-la sozinha, tentando ao máximo passar-lhe tranquilidade para conquistar sua confiança e convencê-la a mudar de ideia – finalizou o coronel Marcus Belchior, diretor de Ensino e Instrução .

Equipe ACS

Corpo de Bombeiros RJ forma a primeira turma do curso de Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio
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