O Hospital Central Aristarcho Pessoa (HCAP), do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), realizou, de forma inédita, uma cirurgia torácica de alta complexidade com utilização de prótese para fixação e alinhamento torácico. O procedimento foi essencial para a recuperação de um bombeiro militar da reserva, de 58 anos, que sofreu graves lesões após ser atacado por um bovino.
O acidente ocorreu na região Sul do estado. Inicialmente atendido em uma unidade hospitalar local, o paciente precisou ser transferido para o HCAP, mas as condições climáticas impediram o transporte aeromédico. Diante da urgência, a transferência foi realizada por via terrestre, em uma ambulância avançada, sob os cuidados do chefe da Divisão Médica do hospital. No HCAP, ele recebeu atendimento intensivo, com suporte das equipes clínicas e cirúrgicas, além de exames detalhados para definição da melhor conduta.
A cirurgia aconteceu no dia 20 de janeiro de 2025, sob a responsabilidade do cirurgião torácico major Marcos Alexandre Balieiro. O procedimento consistiu na fixação de 14 segmentos costais com placas de titânio, garantindo a estabilização da caixa torácica e a recuperação da função pulmonar. Para a realização do procedimento, a direção do HCAP contou com apoio de cirurgiões torácicos da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira (FAB).
A evolução do paciente surpreendeu positivamente a equipe médica. No dia 31 de janeiro, ele já conseguia ficar em pé ao lado do leito. No início de fevereiro, os drenos torácicos foram retirados e, progressivamente, ele foi retirado da ventilação mecânica. No dia 18 de fevereiro, teve a traqueostomia concluída e, poucos dias depois, foi transferido para a Unidade Intermediária. Em 1º de março, recebeu alta hospitalar, celebrada com aplausos da equipe de saúde.
A rápida recuperação foi possível graças ao trabalho multidisciplinar das equipes do HCAP, envolvendo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. A fixação das costelas permitiu um melhor controle da dor e a retomada precoce da função respiratória, reduzindo o tempo de internação e o uso de suporte ventilatório.
